ANAIS :: 30º EIA - Bauru/SP - 2015 - ISSN : 1983-179X
Resumo: P032

Poster (Painel)


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TRIAGEM OTONEUROLÓGICA EM OPERÁRIOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL QUE EXECUTAM TRABALHO EM ALTURA.

Autores:
BURLE, N.L.O.1, MANCINI, P.C.1, BATISTA, N.C.2, LEMOS, A.M.M.1, MEIRA, A.L.2
1 UFMG - UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS, 2 CEFAC - Centro de Especialização em Fonoaudiologia Clínica

Resumo:
Resumo Simples

INTRODUÇÃO: A queda por altura é o fator ocupacional que apresenta o maior risco de morte na construção civil, representando 33% dos casos. O desequilíbrio pode levar o indivíduo a uma incapacitação em vários âmbitos da vida, dentre eles o trabalho, podendo expor o trabalhador ao risco de queda. Essa porcentagem se faz relevante principalmente em relação à construção civil, pois apresenta más condições de trabalho e é um dos setores da economia que mais tem se desenvolvido nos últimos anos. O Protocolo Ofício de Gestão de Diagnósticos Otonoeurológicos tem por objetivo avaliar a prevalência de sinais/sintomas relacionados a alterações do equilíbrio em trabalhadores expostos a altura. OBJETIVO: Avaliar a prevalência de sinais e sintomas otoneurológicos em operários da construção civil do campus saúde da UFMG que trabalham expostos à altura. METODOLOGIA: Estudo observacional transversal analítico constituído por 33 trabalhadores da construção civil que executam trabalho em altura. Os indivíduos foram submetidos à anamnese, provas de Nistagmo de Posicionamento/Posição, Head Shaking Induced Nystagmus, provas cerebelares e investigação complementar dos nervos cranianos. Os operários que não apresentaram queixas/alterações receberam as devidas orientações e, aqueles que apresentaram alterações, foram encaminhados à avaliação otoneurológica completa. Após a análise dos resultados os participantes foram distribuídos em quatro grupos, de acordo com os resultados obtidos. O Grupo 1 (G1) foi composto por indivíduos que não apresentaram queixa e/ou alteração; o Grupo 2 (G2) por indivíduos com queixa de equilíbrio; o Grupo 3 (G3) por indivíduos com queixa de zumbido e o Grupo 4 (G4) por indivíduos com queixa de desequilíbrio e zumbido. Os três últimos grupos foram comparados com o primeiro por meio do teste Qui-quadrado, a fim de correlacionar os dados encontrados na anamnese/avaliação em indivíduos com e sem queixas/alterações de equilíbrio e zumbido. RESULTADOS: Todos os participantes eram do gênero masculino. A média de idade foi de 38,1 anos, sendo o maior grupo composto por indivíduos com idade entre 21 e 39 anos. Na anamnese, 27,3% dos indivíduos relataram distúrbios circulatórios 24,2% alteração de coluna, 21,2% afirmaram histórico familiar para labirintopatias, entre outros. Quanto ao consumo de cafeína, álcool e nicotina, 31 (91%) indivíduos relataram uso constante de cafeína, 16 (48,5%) afirmaram uso de álcool e nove (27,3%) afirmaram usar nicotina. Apenas um indivíduo relatou não fazer uso de nenhum dos itens. Oito indivíduos (24,2%) afirmaram uso contínuo de medicamentos. Seis (18,2%0 participantes relataram desequilíbrio e, em relação ao zumbido, sete (21,2%) afirmaram a percepção do mesmo. Um terço dos trabalhadores apresentaram triagem otoneurológica sugestiva de alteração. Na comparação entre o G1 com os demais grupos foram observadas diferenças estatisticamente significantes em relação aos distúrbios circulatórios/cardiopatas, uso de medicamento regular, cefaleia/enxaqueca e consumo de cafeína associado ao consumo de álcool no G2 e o uso de medicamento regular no G3. CONCLUSÃO: Os operários da construção civil apresentam sinais e sintomas de alteração otoneurológica. Sugere-se a realização da Triagem Otoneurológica no exame admissional e em exames periódicos nesses trabalhadores, a fim de evitar transtornos tanto para o funcionário como para a empresa.

Palavras-chave:
 Fonoaudiologia, Equilíbrio Postural, Categoria de Trabalhadores, Indústria da Construção